Ser Especial

Quando iniciei esse blog o objetivo era
postar atividades referentes ao meu curso FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES EM TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ACESSÍVEIS, pois uma das atividades era criar o mesmo.
O curso terminou, mas a ideia deve continuar. A partir de hoje irei postar atividades referentes ao meu trabalho como docente.

Acredito que irei ajudar muitas pessoas que procuram informações.

sábado, 9 de outubro de 2010

Uma atividade muito especial...


Professor: Eloise Faistauer Borba e Elisa Castro
 A. Aluno:

Adriano, idade 65, frequenta a Escola Antônio Francisco onde aprendeu Braile. Perdeu a visão devido o diabetes. Perdeu, também, a sensibilidade na mão direita. Possui  ensino fundamental  séries finais.
João Marinho, 63 anos, perdeu a visão em acidente de carro há 27 anos. Possui um raciocínio rápido e uma memória aguçada. Estudou, somente, ensino fundamental séries iniciais. Frequenta a Escola Antônio Francisco onde aprendeu Braile. (João Marinho é meu tio, irmão do meu pai.)

2. Descrição da atividade planejada pelo professor 

A atividade consistia, simplesmente, em levar o computador até os alunos, deixar que eles o manuseassem e explorassem o programa Dosvox.

3. Tecnologia Assistiva escolhida

Programa Dosvox

B. Reflexão sobre a experiência:

Em um primeiro momento, eu perguntei se eles já haviam tocado em um computador. Nenhum deles jamais havia tocado, apesar da curiosidade. Deixei que o tocassem, instrui para encontrar as teclas f e j, onde possuíam uma marca. Após iniciamos o processo de testar o teclado.
Joao Marinho não sentiu tanta dificuldade em usar o teclado do notebook, decorou as letras próximas das letras f e j, mas sugeriu que seria mais fácil se tivesse no teclado os símbolos do braile. Já Adriano, por não ter tanta sensibilidade nas mãos, sentiu muita dificuldade em encontrar as letras, outro fator negativo é que as suas mãos eram muito grandes, ele teclava duas ou mais teclas juntas. Então, decidimos utilizar um teclado de um computador desktop, e junto o teclado colmeia, mas Adriano não sentiu necessidade de usar o teclado colmeia, apenas o teclado maior já foi suficiente, a partir deste momento notamos que ficou mais fácil para ambos.
Após testar o teclado, abrimos o arquivo e escutamos algumas histórias. Analisamos as histórias escutadas. Testamos, também, o jogo da forca. As  maiores dificuldades foi a de memorizar a palavra que estava sendo formada. A primeira palavra sugerida pelo programa foi Benzer, não a descobrimos. O programa ia dizendo as letras e informando o que estava desenhando, eles acharam graça. Quando repetimos a letra o programa disse: letra repetida, bestinha. No princípio acharam engraçado e riram, na segunda vez, Adriano me perguntou se o computador estava pago, porque ele ia quebrá-lo, brincou. 

2. Análise da produção do aluno

A atividade foi válida e muito gratificante. Decidimos que no nosso próximo encontro, que será dia 17 de setembro, iremos usar o Ambiente de Informática e que a professora Elisa irá colar em dois teclados os símbolos do braile e, que após essa aula eles irão levar o teclado para casa, para poder treinar e acelerar o uso do programa.

3. Conclusões

Acredito que a experiência foi valiosa para todos, alunos e professores. Eu, em um primeiro momento, não gostei do programa Dosvox. Achei-o feio, parecia um programa antigo, não gostei da forma como ele se dirige ao aluno quando ele erra. Mas, após ver os alunos mexendo no computador e ver o quanto isso foi gratificante para ambos, fiquei encantada.
Eu havia lido os textos sobre como utilizar o Dosvox, utilizei  o programa várias vezes antes, mas estava muito ansiosa. Nunca tinha tido contato com alunos portadores de necessidades visuais, não sabia como me portar, como me dirigir aos dois ao mesmo tempo. Mas, a professora deles me auxiliou muito. No final Adriano concluiu a experiência. Ele disse que chegaria em casa e iria ligar para seu neto de onze anos para dizer que havia usado um computador. Estava muito orgulhoso da sua façanha.
A professora conhecia o programa, mas não o havia utilizado, ainda, com os alunos. Aceitou o desafio de passar a  utilizá-lo. Iremos instalar o programa no AI com o auxílio do professor responsável pela sala.

















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