Ser Especial

Quando iniciei esse blog o objetivo era
postar atividades referentes ao meu curso FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES EM TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ACESSÍVEIS, pois uma das atividades era criar o mesmo.
O curso terminou, mas a ideia deve continuar. A partir de hoje irei postar atividades referentes ao meu trabalho como docente.

Acredito que irei ajudar muitas pessoas que procuram informações.

terça-feira, 22 de março de 2011

Pontuação, assunto de todas as séries...

Na EMEF Calil Miguel Allem  estou trabalhando, com todas as turmas, com sinais de pontuação.
Estou publicando os textos que apresentei em sala de aula.


A herança e a pontuação - T4


Um homem rico agonizava em seu leito de morte. Pressentindo que o fim estava próximo, pediu papel e caneta e escreveu:
"Deixo a minha fortuna para o meu irmão não para o meu sobrinho jamais para o meu advogado nada para os pobres”
Mas morreu antes de fazer a pontuação. Para quem o falecido deixou a sua fortuna? Eram quatro concorrentes:
  1. irmão;
  2. sobrinho;
  3. advogado;
  4. pobres.
 

Leia este texto, de Moacyr Scliar, atentando para sua pontuação - T6

AI, GRAMÁTICA, AI, VIDA.
[...]
IINFÂNCIA: A PERMANENTE EXCLAMAÇÃO
Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não mama!
Me dá! É meu!
[...]
A PUBERDADE: A TRAVESSIA (OU O TRAVESSÃO)
[...]
— O que eu acho, Jorge — não sei se tu também achas — o que eu acho — porque a gente sempre acha muitas coisas — o que eu acho — não sei — tu és irmão dela — mas o que eu estive pensando — pode ser bobagem — mas será que não é de a gente falar — não, de eu falar com a Alice —
— Alice tu sabes — tu me conheces — a gente se dá — a gente conversa — tudo isto Alice — tanto tempo— eu queria te dizer Alice — é difícil — a gente — eu não sei falar direito.
JUVENTUDE — A INTERROGAÇÃO
Mas quem é que eu sou afinal? E o que é que eu quero? E o que é que vai ser de mim?
E Deus, existe? E Deus cuida da gente? E o anjo da guarda, existe? E o diabo? E por que é que a gente se sente tão mal?
[...]
Mas por que é que tem pobres e ricos? Por que é que uns têm tudo e outros não têm nada? Por que é que uns têm auto e outros andam a pé? Por que é que uns vão viajar e outros ficam trabalhando?[...]
AS PAUSAS RECEOSAS (RECEOSAS, VÍRGULA, CAUTELOSAS) DO JOVEM ADULTO
Estamos, meus colegas, todos nós, hoje, aqui, nesta festa de formatura, nesta festa, que, meus colegas, é não só nossa, colegas, mas também, colegas, de nossos pais, de nossos irmãos, de nossas noivas, enfim, de todos quantos, nas jornadas, penosas embora, mas confiantes sempre, nos acompanharam, estamos, colegas, cônscios de nosso dever, para com a família, para com a comunidade, para com esta Faculdade, tão jovem, tão batalhadora, mas ao mesmo tempo tão, colegas, tão.
[...]
O HOMEM MADURO. NO PONTO.
Uma cambada de ladrões. Têm de matar. Matar. Pena de morte.
O Jorge também. Cunhado também. Tem de matar. Esquadrão da morte. E ponto final. No meu filho mando eu. E filho meu estuda o que eu quero. Sai com quem eu quero.
Lê o que eu quero. Freqüenta os clubes que eu mando.
Tu ouviste bem, Alice. Não quero discutir mais este assunto. E ponto final.
(UM PARÊNTESE)
(Está bem, Luana, eu pago, só não faz escândalo)
O FINAL... RETICENTE...
Sim, o tempo passou... E eu estou feliz... Foi uma vida bem vivida, esta... Aprendi tanta coisa...
Mas das coisas que aprendi... A que mais me dá alegria... É que hoje eu sei tudo... Sobre pontuação...

(Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar e outras crônicas. Porto Alegre: L&PM, 1995. p. 88-91.)



Sinais de Pontuação - T5

Pontos de Vista

ler_aprender_solpinho.jpg (27677 bytes)Os sinais de pontuação estavam quietos dentro do livro de Português quando estourou a discussão.
— Esta história já começou com um erro — disse a Vírgula.
— Ora, por quê? — perguntou o Ponto de Interrogação.
— Deveriam me colocar antes da palavra "quando" — respondeu a Vírgula.
— Concordo! — disse o Ponto de Exclamação. — O certo seria:
"Os sinais de pontuação estavam quietos dentro do livro de Português, quando estourou a discussão".
— Viram como eu sou importante? — disse a Vírgula.
— E eu também — comentou o Travessão. — Eu logo apareci para o leitor saber que você estava falando.
— E nós? — protestaram as Aspas. — Somos tão importantes quanto vocês. Tanto que, para chamar a atenção, já nos puseram duas vezes neste diálogo.
— O mesmo digo eu — comentou o Dois-Pontos. — Apareço sempre antes das Aspas e do Travessão.
— Estamos todos a serviço da boa escrita! — disse o Ponto de Exclamação. — Nossa missão é dar clareza aos textos. Se não nos colocarem corretamente, vira uma confusão como agora!
— Às vezes podemos alterar todo o sentido de uma frase — disseram as Reticências. — Ou dar margem para outras interpretações...
— É verdade — disse o Ponto. — Uma pontuação errada muda tudo.
— Se eu aparecer depois da frase "a guerra começou" — disse o Ponto de Interrogação — é apenas uma pergunta, certo?
— Mas se eu aparecer no seu lugar — disse o Ponto de Exclamação — é uma certeza: "A guerra começou!"
— Olha nós aí de novo — disseram as Aspas.
— Pois eu estou presente desde o comecinho — disse o Travessão.
— Tem hora em que, para evitar conflitos, não basta um Ponto, nem uma Vírgula, é preciso os dois — disse o Ponto e Vírgula. — E aí entro eu.
— O melhor mesmo é nos chamarem para trazer paz — disse a Vírgula.
— Então, que nos usem direito! — disse o Ponto Final. E pôs fim à discussão.

Conto de João Anzanello Carrascoza, ilustrado por Will.
Revista Nova Escola - Edição Nº 165 - Setembro de 2003

Arteterapia na EMEF Antonio Francisco Nunes

 As oficinas de Arteterapia na EMEF Antonio Francisco Nunes estão acontecendo nas segundas e quartas-feiras. Estou atendendo todas as turmas.
Esta  primeira atividade foi/está sendo  realizada com todos.
Gosto muito de reciclar. Minha casa é cheia de caixas, sacolas, sementes, garrafas...  E foram as garrafas que decidi usar. Eu possuia, mais ou menos, cinquenta garrafas de long neck...
Num primeiro momento realizamos uma apresentação usando uma bola enorme. Depois, relatamos como gostaríamos que o nosso ano letivo fosse, e que compromissos iríamos assumir. Escrevemos ou desenhamos o que dissemos e colocamos dentro da garrafa.
Passamos para a parte melhor: decorar a garrafa. Usamos EVA e muitas fitas coloridas.



No final,  relatamos como nos sentíamos, o que achamos da aula e reforçamos os compromissos assumidos. 

terça-feira, 1 de março de 2011

Primeiro dia de aula na Escola Calil

Na Escola Calil sou professora de Língua Portuguesa da EJA. Hoje foi o primeiro dia de aula. Prometi aos meus alunos que iria postar as atividades neste blog.
Iniciei a aula com apresentação do professor e informações sobre a disciplina. Depois cada aluno fez uma breve apresentação aos colegas.
Para finalizar realizamos a leitura de um texto autobiográfico de Mário Quintana. A atividade solicitada foi a de escrever um texto falando de si.



Mario Quintana
 
 Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! Eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão. Há! Mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas... Aí vai! Estou com 78 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto. Neste último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a eternidade.
Nasci do rigor do inverno, temperatura: 1 grau; e ainda por cima prematuramente, o que me deixava meio complexado, pois achava que não estava pronto. Até que um dia descobri que alguém tão completo como Winston Churchill nascera prematuro – o mesmo tendo acontecido a Sir Isaac Newton ! Excusez du peu..
Prefiro citar a opinião dos outros sobre mim. Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que nunca acho que escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação. Um poeta satisfeito não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso! Sou é caladão, introspectivo. Não sei por que sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?
Exatamente por execrar a chatice, a longuidão, é que eu adoro a síntese. Outro elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a dosagem das palavras. Talvez concorra para esse meu cuidado o fato de ter sido prático de farmácia durante 5 anos. Note-se que é o mesmo caso de Carlos Drummond de Andrade, de Alberto de Oliveira, de Erico Veríssimo – que bem sabem ( ou souberam) , o que é a luta amorosa com as palavras.
por Mario Quintana.
http://www.ccmq.rs.gov.br/novo/mario/mario.php